Licenciatura em Artes Plásticas

Objetivos

A UC de natureza teórica, trata a relação entre a pintura e a exposição, procurando avaliar as alterações que ocorrem entre a realização da obra e a sua exposição. Pretende analisar ainda as relações autor-produção-espectador. Nesse sentido, os objetivos de aprendizagem que os estudantes devem alcançar são:

Compreender as variáveis entre a prática em contexto de estúdio e a apresentação pública;
Enumerar os processos inerentes às diferentes formas de exposição, física, documental, virtual;
Avaliar as implicações entre a projeção e a produção pictórica, a partir da relação com o espaço e o espectador;
Conhecer os diferentes processos de exposição, intervenientes, meios, contextos da exposição;
Aplicar na sua prática autoral, os fenómenos que envolvem a prática expositiva.
Resultados de aprendizagem e competências

Os objetivos de aprendizagem estão orientados para uma compreensão dos fenómenos envolvidos na exposição específica da pintura, na relação que esta estabelece com o espectador, no modo como a exposição interfere na produção pictórica e como esta actua sobre a concepção, produção e disseminação. Tem ainda como objetivo, fomentar no estudante maior interpelação entre a criação e a exposição, algo que, no território da pintura nem sempre é valorizado.

Assim, os conteúdos programáticos organizam-se de forma a avaliar os diferentes aspetos que participam no processo entre a concepção e manufactura da obra, até ao momento em que esta se inscreve publicamente. As sessões de natureza teórica, baseadas na apresentação e estudo de casos específicos, permitem ao estudante inferir relação com a sua própria prática e modos de trabalho.

Modo de trabalho

Presencial
Programa

O programa da UC organiza-se para a compreensão dos fenómenos implicados na exposição da pintura e está distribuído da seguinte forma:

A pintura e o espaço expositivo;
A pintura fora do plano bidimensional;
A linguagem e os elementos intervenientes em diferentes tipologias de espaços expositivos, físicos e virtuais;
O diálogo autor-obra-espectador;
Curadoria, conceptualização e maquetização da exposição;
Registo, documentação e disseminação da pintura;
Materialidade e imaterial da experiência da exposição
Bibliografia Obrigatória

Julian Bell; What is painting ?. ISBN: 0-500-28101-7
Greenberg Reesa; Thinking about exhibitions. ISBN: 978-0-415-11590-2
Barry Lord; Manual of museum exhibitions. ISBN: 978-0-7591-2270-3
Isabel Sabino; And painting?. ISBN: 978-989-8771-09-4
Tony Godfrey; Painting today. ISBN: 978-0-7148-4631-6
Graw, I; The Love of Painting: Genealogy of a Success Medium, 2018
MacPhee, J.; Stencil Pirates: A Global Study of the Street Stencil,, 2004
Woolf, A. ; The impact of Technology in Art, 2016
Métodos de ensino e atividades de aprendizagem

As metodologias de ensino são:

Exposição de casos de estudo, conteúdos teóricos e práticos;
Demonstração de casos práticos;
Trabalho de grupo e individual;
Resposta a enunciados.
Tipo de avaliação

Avaliação distribuída sem exame final

A imagem é um fenómeno visual complexo que: articula processos de recepção e processamento; envolve estruturas concretas e lógicas; e estruturas afetivas e subjectivas. De uma maneira genérica, a imagem é uma representação realizada a partir de um determinado ponto de vista, através de um processo de registo que vai desde o olhar até à realidade virtual.
Em pintura, a imagem, compreende uma dupla natureza: a imagem em si e a imagem enquanto pintura. Ambas partilham características mas também distinções. A imagem de uma pintura pode não corresponder a uma pintura.
Os meios de disseminação de imagens são, na atualidade, tão vastos e acessíveis que mantêm um acesso permanente a imagens com diferentes origens e funções que vão desde o quotidiano à ficção, do analógico ao informático, do real ao virtual.
Neste contexto, importa perceber como a imagem é processada enquanto forma e enquanto conteúdo, e de que forma se interligam os processos de emissão e de recepção, não só no contexto da pintura, mas no campo alargado dos diferentes difusores.
A imagem em pintura será o ponto de partida para uma genealogia da imagem, desde da semiótica, até à análise dos processos de construção e produção de imagens, e procura desenvolver uma consciência crítica sobre a imagem em campo alargado e sobre a relação desta com a particularidade do campo da pintura.